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O período romântico na música

Alô, pessoas! 
É "amor" a primeira palavra que vem em sua cabeça quando se fala de "romantismo"? É uma música com versos apaixonados que vem em sua cabeça quando se fala em "música romântica"? Bem, de uma certa forma, não está errado. Mas o período romântico, ou romantismo, não tem completa relação com o amor, e as músicas desse período, com certeza, não tinham versos com palavras apaixonadas. Para entender melhor sobre esse período, musicalmente falando, é preciso entender o que de fato foi o período romântico e algumas características importantes. 
O romantismo nada mais é do que um movimento artístico que começou na Europa durante o século XVIII. E tem esse nome porque as obras literárias (livros, poesias, poemas, etc) passaram a ser maiores, o que explica um livro de ficção ser chamado de "romance". Mas, apesar disso, não significa que não houveram obras relacionadas ao amor, e as três fases desse período mostra isso, tanto na literatura e na pintura, quanto na música. 
O romantismo sucedeu o período que na música é conhecido como clássico ou classicismo. Beethoven foi principal compositor de transição do clássico para o romântico, fazendo parte de ambos períodos, sobretudo, no romantismo.
Além de Ludwig Van Beethoven, destacam-se Frederick Chopin, Franz Liszt, Nicolò Paganini, Franz Schubert, Richard Wagner, Robert Schumann, Felix Mendelssohn, Johannes Brahms e entre outros. Cada compositor tinha sua forma de compor, mas possuiam algumas características em comum tais como um aprimoramento melódico e harmônico totalmente diferente do classicismo e uma amplitude de técnicas que não tinham muita força no período anterior. 
Assim como em todo período artístico ao longo da história, a parte musical romântica nega algumas estruturas e costumes clássicos, e isso foi criando uma identidade para o período romântico. Uma dessas negacões é a questão da utilização de semitons — utilizado com frequência por Chopin — e o fato de colocarem uma expressão maior dentro das músicas, acentuando seus sentimentos e emoções com uma liberdade maior. 
Um sentimento nacionalista cresceu entre os artistas românticos, e dentro da música, os compositores mostravam ritmos e danças tradicionais e o folclore de seus países. Nesse sentido, se detacam Polonaise Heroica, de Chopin e as inúmeras Rapsódias Húngaras de Liszt. 
O auge do romantismo foi durante o século XIX, onde a valorização do obscuro, do melancólico e do sofrimento estava em alta em diversas áreas artísticas. Muitas composições desse século apresentavam uma estrutura mais sombria, como pode se notar em muitos noturnos de Chopin. E nesse mesmo período, os Estudos, mais conhecidos como Études, do francês, ficaram populares, pois exigia uma técnica muito boa de um instrumentista. Servia —  ainda serve — como um meio de praticar muitas técnicas ou apenas uma específica. 
 E no Brasil, temos como principal referência Antônio Carlos Gomes, compositor de umas das músicas mais conhecidas e tocadas na rádio: O Guarani, que foi usada como tema de abertura para o programa de rádio "A Voz do Brasil". 
O período romântico dentro da música acabou no final do século XIX por aos poucos se tornar obsoleto e, por causa disso, muitos compositores que viveram o tanto o século XIX, quanto o século XX, serviram como transição dos dois períodos, como Beethoven serviu de transição do clássico para o romântico. Compositores que servem de exemplo são Erik Satie, Claude Debussy e Maurice Ravel, que foram percurssores de um estilo e uma estrutura musical completamente diferente da estrutura romântica, também conhecida por impressionismo.  

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