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Resenha: Paul McCartney: turnê Got Back (transmissão da Disney+)

Alô, pessoas!
Paul McCartney retorna ao Brasil para mais uma turnê mundial depois da turnê de 2019: Freshen Up Tour. A atual turnê tem o nome Got Back, que significa em português "voltei" e sendo um trocadilho com a música dos Beatles Get Back e ao documentário lançado pela plataforma Disney+ em 2021, também intitulado Get Back. 
Paul McCartney no início do show.
Foto: reprodução/ Instagram Jornal O Globo

McCartney já havia feito um show no Brasil dias antes, mas foi no dia 16 de dezembro, o último show da turnê aqui no Brasil, às 21h15, a transmissão das plataformas Disney+ e Star+ estavam prontas para transmitir o show do cantor, que aconteceu no estádio do Maracanã, no cidade do Rio de Janeiro (RJ). Enquanto o show não começava, a transmissão mostrava fãs de variadas idades animados com camisas dos Beatles, de outras bandas e também algumas em homenagem ao próprio Paul McCartney.  Também muitos estavam segurando copos, balões e cartazes pequenos escritos "NA NA", o que significou logo de início que os fãs já estavam preparados para o momento em que Paul cantaria Hey Jude
O show começou por volta de 21h40, quando Paul e a banda entraram no palco. Ele começou tocando uma clássica dos Beatles, Can't Buy Me Love, sendo um começo de show muito animado e divertido.  Depois vieram algumas músicas da carreira solo de Paul McCartney. O show variou entre clássicos dos Beatles e canções clássicas da carreira solo do cantor e músicas mais recentes, uma a qual o próprio Paul considera como "um pouco nova", como é Come On To Me, lançada em 2018. 
Em vários momentos McCartney arriscou falar em português, o que deixou os fãs jovens e mais velhos extasiados com o desempenho do cantor por falar tão bem não só as frases que falavam um pouco sobre algumas músicas que iria cantar, como também gírias e expressões brasileiras como "o pai tá on" e "fui!". Os fãs também deram um jeito para se comunicar com o cantor. Frequentemente falaram "Paul, eu te amo", mas o cantor talvez não entendeu muito bem, então mudaram para "Paul, I love you", o que deixou McCartney feliz com a situação e fez com que ele retribuísse esse amor com gritos e mais e mais músicas, sendo uma troca comunicativa muito interessante. Além disso, houve outros coros de fãs que situou o cantor no Brasil, quando gritaram uma das frases mais famosas cantadas por multidões em eventos grandes como aquele: "Ah ha, uh uh, Paul McCartney é nosso". Embora o cantor talvez não tenha entendido, ele pareceu ter gostado da recepção brasileira (e de fãs de outros países próximos, diga-se de passagem). 
O setlist foi quase completo. Teve músicas clássicas dos Beatles, de pelo menos uma fase importante da banda, como músicas do início da carreira da banda, músicas da fase da Beatlemania, da fase psicodélica e da fase final da banda. Vale ressaltar a homenagem que Paul fez aos seus dois amigos John Lennon (1940-1980) e George Harrison (1943-2001), em diferentes momentos do show. Além disso, Paul tocou músicas clássicas de sua carreira solo como Maybe I'm Amazed e Live And Let Die, esta última tendo direito a show pirotécnico com os típicos fogos de artifício separados especialmente para esse momento do show. 
De modo geral, o setlist pareceu ter sido montado para mostrar um pouco da trajetória de Paul McCartney até os dias de hoje. As músicas não foram tocadas na ordem em que foram lançadas, o que acabou sendo um charme para o show, uma vez que houve uma notável variação de sons antigos e atuais, calmos e animados, tristes e alegres, melancólicos e românticos. Embora, de fato, a seleção de músicas foi completa, com direito a música para os aniversariantes do dia, com a música Birthday, dos Beatles, em vários momentos pensei que Paul McCartney iria surpreender a todos tocando a última música dos Bealtes: Now And Them. Mas a falta a música mais recente dos Beatles não ofusca o brilho do show.
Houve muitos momentos marcantes na apresentação. Destacam-se o momento em que os fãs cantaram e encheram o Maracanã com as cores alegres de bexigas presas nas lanternas dos celulares enquanto Paul e a banda tocavam a música Ob-La-Di, Ob-La-Da, também houve o momento em que o Maracanã foi praticamente preenchido por cartazes escrito "NA NA", durante da música Hey Jude. Vale dizer que depois que Paul e sua banda deram a entender que o show havia acabado, eles voltaram ao palco com três bandeiras enormes, e cada uma representa um símbolo importante de respeito para Paul (e talvez para toda sua equipe), uma vez que ele e a equipe tradicionalmente fizeram o ato simbólico de balançar as três bandeiras: a bandeira do Reino Unido, da bandeira do país em que estão, que no caso foi a bandeira do Brasil e a bandeira LGBTQIAP+, todas indicando o respeito que Paul tem pelas pessoas que estão incluídas no contexto daquelas bandeiras. O encerramento do show, por volta de 00h15, foi marcado por clássicos dos Beatles e pelas as últimas músicas do disco Abbey Road (1969): Golden Sumblers, Carry That Weight e The End, com exceção da música Her Majesty, que não entrou no setlist. A seleção dessas três músicas transparecem um valor emocional e simbólico, terminando o show com grande estilo, ao modo mais Beatles possível: uma longa reverência da banda, de mãos dadas, para os fãs que os aplaudiam. 

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